3 de março de 2010
O Livro
Uma história de um Brasil que beira a ficcional e a real, Maria Moura representa a força de uma que venceu o preconceito e virou uma verdadeira lenda. Uma história de amor e desamor. Um livro de aventuras de um vasto painel, mural panorâmico, retrato sem retoques de relações sociais, culturais, morais, afetivas entre personagens sábia e comovidamente delineados. Mulher corajosa e destemida, através de seus homens de confiança, tocaias, moitas, justiças e injustiças, num mundo de regras próprias e sem lei esse é sobretudo um. O romance começa com o padre com o qual Maria quando era mocinha havia se confessado dizendo que iria matar o patrasto que a molestava. Certa manhã, a mãe amanheceu morta, enforcada, perto da cama que ela repartia com este padrasto. Maria deveria ter uns 17 anos na época e desde então percebeu que estava sozinha e teve medo. Após a morte da mãe, por este mesmo padrasto Luiz Liberato apareceria morto numa tocaia. Com a chegada desse para conversar com a já temida Dona Maria Moura começa a narrativa de reminiscências. Esse é um trecho do livro que resuma seu teor: "Minha primeira ação tinha que ser a resistência. Eu juntava os meus cabras - os três rapazes. João Rufo (que em tempos antes já tinha dado suas provas). Os dois velhos poderim servir para municipar as armas, na hora da precisão. Eu queria assustar o Tonho. Nunca se viu mulher resistindo à força contra soldado. Mulher, pra homem como ele, só serve pra dar faniquito. pois, comigo eles vão ver. E se eu sinto que perco a parada, vou-me embora com os meus homens."Com seu fiel parceiro João Rufo usa de astúcia e perspicácia para vencer todos seu inimigos. Protesto. Denúncia. Indignação. Raiva. Orgulho. Soberba. Alucinação. Exasperação de todos os sentimentos - péssimos e ótimos - passíveis de serem experiemntados por esse ser que teima, se obstina em ainda ser humano.